Livro DISCURSOS DE ÓDIO
Lançamento da Editora Perspectiva








Estive ontem em debate a propósito de lançamento de livro sobre um importante tema que são os “Discursos de Ódio” da Editora Perspectiva, no SESC 14 Bis, ao lado da FGV no sábado dia 22 de março (2025)
Notei e apontei nas falas dos quatro autores presentes um “esquecimento” dos discursos de ódio direcionados aos árabes e islâmicos de modo geral, porque hoje, graças a uma verdadeira diáspora provocada pelas guerras promovidas por Israel e EUA no Oriente Médio, os árabes islâmicos são o “judeu errante” de nossa época, a massa de imigrantes refugiados na Europa e alvo prioritário da extrema direita e do ódio como instrumento engajador e aliciador para discurso deles.
Focar no antissemitismo mutado para esse ramo árabe dos semitas (judeus e árabes) exporia e calibraria a estratégia do discurso contra o imigrante como estratégia de sempre da extrema direita.
O judeu hoje está bem assimilado e instalado nos EUA e em Israel, não é mais imigrante.
Na resposta/réplica da professora minha decepção aumentou, porque percebi especialistas no secular problema do antissemitismo usando o antissemitismo como escudo para críticas ao Estado de Israel, caindo e reproduzindo desonesta e covarde estratagema da direita de carimbar como “antissemita” qualquer crítica ao sionismo e ao Estado de Israel!
Acredito que esse é um nó importante do tema hoje!
Porque blindando o Estado de Israel com essa tática de acusar de antissemitismo qualquer ataque, deixa-se em segundo plano os reais antissemitas e coloca-se em primeiro plano quem critica um governo de extrema direita que avilta, envergonha e arrasta na lama todos os judeus, ao se nomear representante máximo e único.
Estado de Israel tem há décadas um governo de extrema direita que se retroalimenta e é pilar de todo ecossistema da extrema direita no mundo, ideológica e fisicamente, fornecendo desde a década de 1950 armamento e sistemas de controle e repressão social a todas as ditaduras dos cinco continentes.
Os grupos neonazistas dos mais variados matizes e nacionalidades, por isso, não tem mais o judeu como alvo nem o Estado de Israel !
São aliados!
Foco desses grupos são os imigrantes, principalmente árabes e islâmicos!
O antissemitismo de hoje MUTOU para o ramo árabe dos semitas.
O ramo judaico está integrado no ecossistema do poder e do arco da extrema direita e, mais que isso, é protagonista !!!.
Por isso minha preocupação e consternação ao perceber a CONTRAPRODUCÊNCIA em defender um governo de extrema direita com o instrumento e o conceito que devia ser usado para combatê-la em todo mundo.
Usar o legado de martírio do holocausto para defender criminosos de guerra que produzem limpeza étnica é uma vergonha covarde, um ultraje, uma desonestidade intelectual, um engano lamentável!
A se reforçar ainda que muitos judeus no mundo e vários intelectuais de peso são fortes e intensos antissionistas! E em absoluto pode-se acusá-los de serem antissemitas



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