SIRIA LÍBANO PÉRSIA Livros

Desde o início de um levante popular e sua violenta repressão, em 2011, a Síria ocupa com frequência o noticiário mundial. Joseph Daher analisa a resiliência do regime e os fracassos da revolta, examinando de perto ao mesmo tempo os processos contrarrevolucionários que minaram o levante de dentro e de fora.
Ao contrário de seu discurso, as potências ocidentais não incentivaram processos de democratização, direitos humanos ou a autoemancipação para os sírios em geral, abordando, na prática, o conflito através de uma lente orientalista, islamofóbica, antiárabe e muitas vezes anticurda. Segundo Daher: “houve uma tendência mundial voltada, em geral, para liquidar a rebelião em nome da chamada ‘guerra ao terror’”. Contrariando a desinformação propagada por muitos supostos socialistas apoiadores da ditadura, o autor mostra em detalhes como o povo sírio enfrentou três contrarrevoluções: uma pelo regime de Assad; uma segunda pelas forças armadas ultrarreacionárias fundamentalistas-jihadistas que dominaram a luta militar contra Assad; e uma terceira, formada pelo imperialismo regional e global.
De forma consistente Daher apoia a autodeterminação curda, denunciando a rejeição chauvinista da oposição árabe oficial às demandas nacionais dos curdos. Relatando o apoio da oposição oficial aos impulsos belicosos do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, Daher também documenta as atitudes supremacistas de alguns combatentes e oficiais do Exército Livre da Síria em relação aos curdos e alauítas. No entanto, ele não é um apoiador acrítico das milícias curdas, o que o separa daqueles que investem em mitologizar Rojava.
Através de uma reconstrução precisa dos principais eventos, Síria depois do levante se concentra nas razões pelas quais uma revolta pacífica se transformou em uma guerra destrutiva com múltiplos atores regionais e internacionais. Argumenta que outras abordagens até agora negligenciaram uma análise global das características econômicas, sociais e políticas do conflito. O livro mostra também que é impossível entender a revolta síria sem uma perspectiva histórica que remonta à tomada de poder por Hafez al-Assad em 1970.
Fruto de anos de pesquisa e diálogos com ativistas, estudantes, militantes partidários e acadêmicos sírios, Síria depois do levante será por muitos anos a base de análise da primavera árabe no Brasil.

A Síria é hoje conhecida pelas piores razões: guerra civil, sectarismo vicioso e uma grave crise humanitária. Neste livro, David W. Lesch explica como é que esta sociedade, outrora rica e multicultural, se tornou o epicentro de um dos conflitos mais devastadores e brutais do século XXI.
David W. Lesch leva o leitor numa viagem elucidativa através dos últimos 100 anos da história deste país – desde o fim do Império Otomano até à atual guerra civil.


Antiga Fenícia. País dos cedros. Paris do Oriente Médio. Um país menor que o menor estado brasileiro, o Sergipe. Tradição e modernidade. Montanhas e o mar. Deus e o diabo. Presença no Brasil. Esses são alguns dos temas ou das formas de qualificação desse pequeno país do Oriente Médio, o Líbano, com cujos vizinhos partilha-se das maiores tensões da atualidade. Tornado independente em 22 de novembro de 1943, pouco mais de 90 anos de vivência republicana, o Líbano permanece dividido e sectário em sua política; unido e forte em seus infortúnios.
Deus e o diabo na terra dos cedros é um livro urgente. Em dez capítulos, cuidadosamente elaborados, a história contemporânea do Líbano é revisitada a partir dos interesses colonialistas e imperialistas das potências europeias, ávidas pelos espólios do Império Turco-Otomano, que levaram à implementação do mandato francês. A independência alcançada décadas depois teve como resultado imediato a criação de um sectarismo que reverberou em divisões, tensões e disputas, exacerbadas na longa guerra civil e nas interferências regionais e soluções internacionais. Refúgio e migração forçada, imigração e retorno são os dois lados de uma mesma moeda: questões econômicas, políticas e sociais têm provocado deslocamentos e movimentos dessa diáspora libanesa que fincou suas raízes no Brasil. Uma grave crise econômica que assola o Líbano não encontra consolo nem refúgio na riqueza do petróleo e do gás natural que pode, ao contrário, se converter em mais um peso que se abaterá sobre esse pequeno país.
Autores: Ahmed Zoghbi, Andrew Patrick Traumann, Carolina Ferreira de Figueiredo, Devlin Biezus, Fernando Brancoli, Geraldo Adriano Campos, Isabelle Christine Somma de Castro, Juliana Foguel Castelo Branco, Karime Ahmad Borraschi Cheaito, Murilo Meihy, Nina Fernandes Cunha Galvão, Paula Carolina de Andrade Carvalho, Rodrigo Ayupe Bueno da Cruz, Samira Adel Osman e Tamires Alves.

Durante a maior parte dos últimos dois séculos, os povos árabes lutaram por sua independência e, ao mesmo tempo, procuraram restringir o poder autocrático de seus governantes. O proeminente historiador Eugene Rogan analisa aqui os quinhentos anos da história árabe moderna, começando no século XVI, com o domínio otomano, e atravessando os períodos coloniais britânico e francês e a Guerra Fria, até chegar à atual era de hegemonia unipolar americana.
Ao trabalhar com fontes e textos árabes originais, o autor traz para o primeiro plano a perspectiva de quem foi testemunha ― pessoas conhecidas e anônimas ― dos eventos narrados, fazendo justiça à complexidade de sua experiência. Desse modo, nos mostra de que maneira a identidade árabe foi sendo moldada em função das mudanças sociais, econômicas, políticas e religiosas nos diferentes países, tais como o crescente protagonismo do petróleo na economia mundial ou as revoluções da Primavera Árabe.
Muito do que o mundo árabe sofreu nos últimos cinco séculos é comum à experiência humana em todo o planeta: nacionalismo, imperialismo, revolução, industrialização, migração rural-urbana, a luta pelos direitos das mulheres. No entanto, diz o autor, a singularidade árabe é marcante: ligados por uma identidade comum baseada na língua e na história, eles são ao mesmo tempo um povo e muitos povos. Fascinantes por sua diversidade, visível na forma de suas cidades ou em sua música e poesia, compartilham a noção de uma comunidade nacional que se estende do Marrocos até a Península Arábica e a posição especial como o povo escolhido do islã.
Traduzido para cerca de vinte idiomas, Os árabes é um marco na abordagem histórica do tema.
“Repleto de personagens extravagantes, digressões espirituosas e magistral erudição, o livro explica muito do que precisamos saber sobre o mundo hoje.” ― The Financial Times
“Leitura compulsiva.” ― The Guardian

A história do Império Persa, a primeira superpotência do mundo
Tudo o que sabemos do grande Império Persa veio por intermédio de escritores gregos, sobretudo Heródoto. Não havia ainda uma história dos persas baseada em fontes originais que buscasse reconstituir a glória de sua cultura, economia e organização.
Por isso, o renomado professor Lloyd Llewellyn-Jones lança um novo olhar sobre os reis Ciro, o Grande, Xerxes, Dario, seus herdeiros – os aquemênidas – e seu governo, cujo coração era a cidade de Persépolis. Ao detalhar as relações e intrigas familiares, assim como a realidade dos persas do século VI a IV a.C., o historiador evidencia por que essa foi a era dos grandes reis.



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