Relatora especial da ONU acusa líderes da UE de cumplicidade no genocídio em Gaza
Relatora especial da ONU acusa líderes da UE de cumplicidade no genocídio em Gaza
Francesca Albanese lamentou que bloco mantenham ligações com a ocupação
A relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para os territórios palestinos ocupados, Francesca Albanese, pediu que altos funcionários da União Europeia (UE), incluindo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e a representante para Relações Exteriores e Política de Segurança, Kaja Kallas, sejam acusadas de cumplicidade em crimes de guerra por seu apoio à campanha genocida de Israel na Faixa de Gaza.
Relatora especial da ONU acusa líderes da UE de cumplicidade no genocídio em Gaza
Francesca Albanese lamentou que bloco mantenham ligações com a ocupação
A relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para os territórios palestinos ocupados, Francesca Albanese, pediu que altos funcionários da União Europeia (UE), incluindo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e a representante para Relações Exteriores e Política de Segurança, Kaja Kallas, sejam acusadas de cumplicidade em crimes de guerra por seu apoio à campanha genocida de Israel na Faixa de Gaza.
Falando à mídia internacional, Albanese – conhecida por suas posições críticas em relação à Israel e sua campanha de limpeza étnica em Gaza – lamentou que as duas figuras mais importantes da UE mantenham suas relações com o governo sionista enquanto seus crimes continuam nos territórios palestinos, até agora, com 52.535 civis mortos – na sua maioria mulheres e crianças –, 118.491 feridos, dezenas de milhares de desaparecidos e prejuízos materiais colossais.
Ela exigiu que os perpetradores do genocídio fossem levados ao tribunal e responsabilizados por seus crimes. “Eles terão que entender que imunidade não é sinônimo de impunidade”, afirmou.
Ela acrescentou que está preparando um relatório abrangente sobre os vínculos de bancos, fundos de pensão, empresas de tecnologia e universidades com Israel, que apontou como cúmplices na destruição de Gaza.
Especialista da ONU que apontou genocídio de Israel diz ter sido ameaçada
Francesca Albanese, relatora especial sobre a situação dos direitos humanos na Cisjordânia e em Gaza, apresentou um relatório intitulado “Anatomia de um genocídio” ao Conselho de Direitos Humanos da ONU
Reuters27/03/24 às 19:41:11 | Atualizado 27/03/24 às 19:41:11

Uma especialista da Organização das Nações Unidas que publicou um relatório afirmando que havia motivos razoáveis para acreditar que Israel cometeu genocídio em Gaza durante campanha militar contra o Hamas disse nesta quarta-feira ter recebido ameaças durante seu mandato.
Francesca Albanese, relatora especial sobre a situação dos direitos humanos na Cisjordânia e em Gaza, apresentou um relatório intitulado “Anatomia de um genocídio” ao Conselho de Direitos Humanos da ONU na terça-feira, que Israel disse “rejeitar totalmente”.
Perguntada se seu trabalho no relatório a levou a receber ameaças, Albanese disse: “Sim, eu recebo ameaças. Nada que, até o momento, eu considere que precise de precauções extras. Pressão? Sim, mas isso não muda meu compromisso nem os resultados do meu trabalho”.
Albanese, que ocupa a função desde 2022, não entrou em detalhes sobre a natureza das ameaças, nem disse quem as havia feito.
“Tem sido um período difícil”, afirmou ela. “Sempre fui atacada desde o início do meu mandato.”
Israel criticou Albanese, dizendo que ela estava “deslegitimando a própria criação e existência do Estado de Israel”. Albanese negou a acusação.
Albanese disse que uma de suas principais conclusões foi que a liderança executiva e militar de Israel e os soldados intencionalmente “subverteram suas funções de proteção em uma tentativa de legitimar a violência genocida contra o povo palestino”.
“A única inferência razoável que pode ser feita a partir da revelação dessa política é uma política estatal israelense de violência genocida contra o povo palestino em Gaza”, declarou ela.
A missão diplomática de Israel em Genebra disse que o uso da palavra genocídio era “ultrajante” e afirmou que a guerra era contra o Hamas e não contra os civis palestinos.
Albanese, uma advogada e acadêmica italiana, é uma das dezenas de especialistas independentes em direitos humanos com mandato das Nações Unidas para relatar sobre temas e crises específicas. As visões expressas pelos relatores especiais não refletem as do órgão global como um todo.
Israel matou pelo menos 52 mil pessoas em Gaza, segundo o Ministério da Saúde do território.
Ashraf Amra / UNRWA
‘Todos os envolvidos na ocupação ilegal, ao fornecer apoio, estão ajudando e incentivando violações do direito internacional e dos direitos humanos, e vários deles constituem crimes’, afirmou.
As declarações de Albanese fortalecem os apelos de organizações de direitos humanos para que os Estados-membros da UE parem de vender armas a Israel.
Apesar disso, desde que assumiu o cargo, Kallas manteve laços estreitos com Israel e culpou o movimento Hamas pela violação de Israel do acordo de cessar-fogo assinado em janeiro passado, apesar de centenas de violações israelenses dessa trégua terem sido documentadas.
Depois de reiniciar sua campanha genocida, em 18 de março, o governo de Israel massacrou 2.436 civis e feriu outros 6.450. Paralelamente, impôs um bloqueio total à ajuda humanitária, eletricidade, alimentos, água e outros suprimentos vitais, condenando milhões de moradores de Gaza à morte por fome e doenças.

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